sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Projeto Invenção do Conto - Orlando

 
Chapeuzinho


Era uma vez uma menininha que morava na floresta com sua mãe.
Certo dia a mãe de Chapeuzinho Vermelho fez um pedido a ela. Que levasse uma torta de limão para sua querida vovozinha que morava do outro lado da floresta.
Só que tinha um porém: no caminho de sua casa para a da vovó morava um lobo faminto com seus olhos vermelhos como sangue dos animais que ele tinha matado para saciar sua fome que quase sempre esteve do lado de toda sua vida atormentando-o como se fossem vozes, estimulando-o a matar e matar. E, modéstia a parte, fazia isso muito bem com seus instintos caninos e selvagens.
Quando Chapeuzinho Vermelho saiu de casa para levar a deliciosa torta para sua querida vovó, sua mãe disse:
_ Cuidado com os animais que habitam a floresta, porque nessa época do ano não se encontra muita comida para esses animais o que resulta em vários ataques a seres humanos. E, raramente, há sobreviventes.
Convencida de si mesma disse:

_ Mãe, eu sei me cuidar! sou nascida e criada no coração dessa floresta.
_ Eu sei, filha, mas é sempre bom ter um pouco mais de cuidado.
_ Tudo bem, mãe! eu vou tomar cuidado.
Então saiu Chapeuzinho com sua cesta na mão indo em direção à casa de sua querida vovó.
Quando ela passava em uma estrada estreita de terra solta na qual, há anos, ninguém passava por lá, ela ouviu um barulho como se estivesse alguém a seguindo. Mas ela ignorou. Pensou que fosse sua cabeça imaginando coisas que só existiam nos livros de contos que ela lia.
Quando Chapeuzinho passou por uma ponte velha, quase caindo aos pedaços, esse animal de aspecto horrível saltou na frente dela como se ela fosse sua última chance de se alimentar na vida. O lobo disse:
_ Aonde você vai com essa cesta na mão? Chapeuzinho tremendo como se a cada segundo pingasse uma gota de medo em sua corrente sanguínea.
E o lobo, com sua capacidade de percepção tremenda, sentiu que ela estava com medo e perguntou novamente dando mais ironia a sua pergunta.
E Chapeuzinho respondeu com sua voz opaca por causa do medo: _ Vou à casa da minha vó levar uma coisa para ela.
O lobo, com seu olfato apurado, adivinhou:
_ Torta de limão eu adoro.
Ela com muito medo disse:
_ Se você quiser, eu te dou um pedaço.
O lobo com muita fome resistiu:
_ Não! eu não quero torta; eu quero comer você.
_ NÃO! - gritou Chapeuzinho - Começando a correr em direção à casa da vovó.
O lobo começou a rir dela e disse:
_ Não adianta correr para a casa da vovó, porque eu já a comi também.
Chapeuzinho parou imediatamente e pensou: _ Para onde eu vou?! O lobo está na estrada e não tem como passar.
De repente, o lobo começou a correr atrás dela na estreita estrada. Já era quase noite e ela sabia muito bem que quanto mais tarde pior.
A única coisa que ela podia fazer era correr o mais rápido que podia e foi o que ela fez.
Só que, como todos sabem, o lobo corre muito mais do que os seres humanos e ela foi pega pelo lobo que a devorou pedaço por pedaço dilacerando todo o seu corpo, fazendo-a sofrer as piores dores que um ser humano podia sofrer em toda sua vida.
Depois disso, ninguém mais passava por aquele lugar que ficou conhecido como a “rua do lobo de sangue” justamente por causa dos seus olhos vermelhos.
A mãe de Chapeuzinho não se conformava com o acontecido e dizia que quem tinha que morrer era ela por ter deixado sua filha ir sozinha para a casa da vovó, que por sinal também tinha sido devorada pelo lobo.
Depois de um tempo, a mãe de Chapeuzinho ficou louca e acabou cometendo suicídio.
E todos daquele lugar ficaram arrasados pelo acontecido e ficaram todos de luto por um ano.